E crianças com TDAH, TEA ou outras neuro divergências?
Embora os estudos ainda estejam em fase inicial, há fortes indícios de que o bilinguismo pode beneficiar o desenvolvimento de crianças com TDAH ou autismo. Isso porque o uso constante de duas línguas fortalece áreas do cérebro ligadas à atenção, controle de impulsos e flexibilidade cognitiva.
Inclusive, há relatos de professores que observam que alunos autistas tendem a se expressar melhor em inglês do que em sua língua materna — encontrando, assim, uma nova via para a comunicação.
Alfabetização bilíngue é possível?
Sim, e os resultados são promissores. Pesquisas mostram que a alfabetização simultânea em duas línguas (bitera) pode ser mais eficaz do que a alfabetização sequencial (Bialystok, 2002; Genesee, 2006). No Brasil, uma pesquisa conduzida no Instituto do Cérebro da UFRN, em parceria com a Maple Bear, demonstrou que o desenvolvimento da leitura e escrita em português e inglês ocorre de forma paralela e saudável — com as crianças apresentando fluência nas duas línguas (Teixeira et al., 2021).
Além disso, crianças alfabetizadas em línguas com estruturas diferentes (como o português e o inglês) desenvolvem maior consciência fonológica e compreensão leitora mais sólida ao longo da vida (Bialystok, 2001; Koda, 2007).