Desmistificando o bilinguismo: impactos no desenvolvimento da fala 

O bilinguismo atrasa a fala das crianças? Esse é um dos questionamentos mais frequentes entre pais que consideram inserir seus filhos em um ambiente bilíngue desde a primeira infância. Para esclarecer esse e outros mitos, a Maple Bear promoveu um webinar especial com a Dra. Mariana Genesine — otorrinolaringologista e especialista em foniatria — que trouxe evidências científicas e práticas sobre como o bilinguismo impacta o desenvolvimento da linguagem. 

O que é o desenvolvimento da fala? 

Antes de entendermos o papel do bilinguismo, é essencial compreender como ocorre o desenvolvimento natural da fala. A criança começa a perceber a linguagem ainda na barriga da mãe, absorvendo sons, entonações e ritmos. Desde os primeiros meses de vida, ela experimenta o balbucio, imita sons e passa a formar suas primeiras palavras em torno de 1 ano. Por volta dos 3 anos, espera-se que uma criança já consiga ser compreendida. 

Esse processo é fortemente influenciado pelo ambiente em que a criança está inserida. A interação com adultos, a brincadeira simbólica, a leitura e o estímulo constante são essenciais para o amadurecimento da linguagem. 

Bilinguismo causa atraso na fala? 

Segundo a Dra. Mariana Genesine, não! A educação bilíngue não atrasa a fala. Pelo contrário, ela pode trazer inúmeros benefícios para o desenvolvimento    cognitivo e linguístico. O que pode acontecer — e que gera confusão — é que crianças bilíngues às vezes apresentam um vocabulário menor em cada língua individualmente, se comparadas a crianças monolíngues. No entanto, quando consideramos o total de palavras conhecidas nas duas línguas, essas crianças estão dentro dos marcos esperados. 

Além disso, é comum a criança utilizar palavras de diferentes línguas em uma mesma frase, principalmente quando escolhe a palavra que é mais fácil de pronunciar. Essa “mistura” é parte natural do processo de aquisição de linguagem e tende a se organizar com o tempo. 

Benefícios do bilinguismo no desenvolvimento cerebral 

Estudos de neuroimagem mostram que crianças expostas precocemente a duas línguas ativam as mesmas áreas cerebrais para ambas, o que não ocorre quando a segunda língua é aprendida na vida adulta. Esse estímulo favorece a neuroplasticidade, o raciocínio lógico, a atenção e a memória. 

E mais: pesquisas apontam que adultos bilíngues desde a infância têm menor risco de desenvolver doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, graças ao maior número de conexões cerebrais formadas desde cedo. 

A importância da vivência na língua 

Para que a aprendizagem de uma segunda língua seja eficaz, é fundamental que a criança vivencie experiências reais nessa língua. Apenas assistir a desenhos ou ouvir músicas, sem interação, não é suficiente. A presença de um professor ou adulto que interaja e dê sentido ao que está sendo aprendido é o que potencializa o desenvolvimento linguístico. 

E no caso de crianças com atraso de fala? 

O bilinguismo não deve ser descartado de forma automática. Cada caso deve ser avaliado individualmente, levando em consideração fatores como audição, ambiente de estímulo e trocas significativas.  

Convivência entre as línguas 

Em ambientes bilíngues bem estruturados, as crianças transitam naturalmente entre as línguas. A “confusão” é apenas aparente. Ao permitir esse convívio entre o português e o inglês, por exemplo, respeitando o tempo de cada criança, favorecemos não apenas a fluência linguística, mas também habilidades sociais, emocionais e cognitivas.  

Na Maple Bear, entendemos que a imersão bilíngue é uma porta para o mundo. Por isso, criamos um ambiente seguro, acolhedor e cientificamente embasado para que nossas crianças desenvolvam todo o seu potencial — em duas línguas. 

Continue acompanhando a nossa série de webinars com especialistas para saber mais sobre temas importantes relacionados ao desenvolvimento infantil. 

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